Em Cuiabá, vem se concretizando uma sistema de crédito interessantíssimo, baseado na Economia Solidária, voltada para a área cultural. O fenômeno internet ganhou de vez a ordem dos novos negócios, ou seja, os velhos modelos cedem cada vez mais ante a voracidade com que a rede mundial foi assaltada pelos novos comportamentos gerados a partir de sua consolidação e expansão. A possibilidade de quebra dos grandes monopólios da indústria cultural e da comunicação; a ascensão de ações cooperativas ou coletivas; a expansão das experiências criativas compartilhadas gerando conteúdo criativo multimídia e multicultural; a circulação instantânea de informações; as estruturas abertas de direito autoral e propriedade intelectual; são perspectivas novas de desenvolvimento de outros nichos de mercado. São fatores que possibilitam o surgimento de modelos absolutamente inéditos de negócios em rede. Isso representa a possibilidade de se eliminar intermediários e colocar, em contato direto, produtor e consumidor.
O Espaço Cubo, uma organização cultural coletiva informal de Cuiabá, iniciou suas atividades em 2002 e de lá para cá consolidou sua posição com determinação, ousadia e visão de futuro. Desde o princípio inovou em práticas mercadológicas com um discurso voltado para o desenvolvimento do mercado cultural no estado. Suas ações sempre foram planejadas para fomentar um mercado autoral, alternativo e auto-sustentável.
Sempre tirando proveito da internet como veículo essencial para difundir projetos, divulgar produtos e serviços de seus clientes e tornar públicas suas idéias políticas culturais participativas, visam uma ação maior para a formação de um ambiente auto-sustentável e independente. Tinham a convicção de que para isso acontecer só mesmo gerando um mercado consumidor, utilizando canais midiáticos e ganhando a cena. Além da mídia tradicional, onde conseguiram grande inserção nos maiores jornais impressos, rádios e TVs da capital com regularidade, criaram seu próprio blog, que num determinado momento foi importante até mesmo para expor os conflitos que surgiam no contexto local e se tornar um espaço de debate.
A criação do sistema de crédito Cubo Card buscou inovar nas relações internas, mas com reflexos diretos nas relações com o mercado. O que entra de receita no Coletivo é transformado em crédito, em cubo card, na seguinte proporção em relação à moeda vigente no país: 1 Cubo Card é igual a 1 real e 50 centavos. A grande sacada é que, ao se conseguir um patrocínio, pode-se captar o recurso em produtos ou serviços: por exemplo, um restaurante pode investir em um determinado evento, ganhando em troca propaganda ou outras vantagens, e ao invés de pagar 500 reais em dinheiro/moeda, paga em crédito para consumo, o Espaço Cubo administra esse crédito e, em vez de pagar um salário para os colaboradores envolvidos, distribui créditos para consumo e isso serve para qualquer atividade comercial. Bares, restaurantes, cabeleireiro, lojas de roupas, locação de DVD's, lojas de discos, livros, enfim, trocas que não envolvem moeda. As vantagens do sistema são muitas, pois facilita as transações entre clientes e parceiros. A própria Secretaria Municipal de Cultura incorporou o sistema e ao conceder um benefício em dinheiro para determinado projeto, recebe em troca o valor dado em Cubo Card. A Secretaria pode utilizar esse crédito contratando shows do elenco do Espaço Cubo ou a organização de um evento. É uma compra de créditos, gerando uma atividade econômica viável.
Em Uberlândia o espaço GOMA, vem a 1 ano estudando formas de também aplicar em Uberlândia esse sistema de crédito, a promessa é para esse ano.
Mais sobre: http://www.foradoeixo.org.br/noticia.php?id=883
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Mais sobre CUBO Card:
* http://www.popup.mus.br/2008/11/18/economia-solidaria-da-musica/
* http://www.rollingstone.com.br/edicoes/13/textos/1257/
* http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?Edicao=589&IdCanal=4&IdSubCanal=&IdNoticia=50036&IdTipoNoticia=1
* http://www.youtube.com/watch?v=jVuaGdw8ymw
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