quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Tá doente porquê?


Envolver em um só assunto as palavras Cultura e Política, muitas das vezes levam as pessoas de antemão torcerem o nariz para tudo o que vem em decorrência dessa concordância literal.
Passando por alguns sites que discutem políticas culturais e que pensam as novas formas de articulação social e econômica no setor, a gente sempre se depara com isso.

Seria pecado vincular Cultura a Política e vice-versa, ou o pecado estaria no baixo entendimento de que as pessoas têm do próprio processo de desenvolvimento humano e dessa sociedadezinha complexa?
Sim, propomos uma viagem, dos primórdios ao futuro: quer coisa mais do bicho homem do que se identificar, codificar e socia(bi)lizar?

Mas o pecado não é nosso, não é seu, não é deles. Num exercício paradoxal a gente pode perceber que, tá aí, o pecado é cultural. Essa afirmação pode até ter pé, mas trabalhemos para que a cabeça dela role logo, logo.

Novo é o partidarismo. Tão novo e tão vigente que cega os olhos, confunde as cabeças e joga de mãos dadas em um mesmo saco a política e o panfleto, teimando para que estes nunca desfaçam esse nó. Essa irmandade siamesa aos relacionamentos internos e sectarista para os olhares de fora (entre política e partido), acaba virando reza que sai da boca de uma legião de desentendidos (?) e/ou desinteressados (?).
Tá assim, é assim e vai ser: toda ação política tem bandeira, e sendo má ou não (?), nem pensar em relacioná-la à pureza antropológica da cultura. Se fosse assim, a solução seria ficarmos trancafiados e calados em casa, ouvindo as nuances de alguma cultura raiz.

Não deveríamos entender que a cultura é raiz, que a raiz tem ramificações, que as ramificações cuidam da comunicação, que esta ultima é capaz de relacionar tudo em intercâmbios entre diferentes dimensões de um mesmo contexto?

Dá pra ver que conceituar política dá trabalho. O menor deles é relacioná-la a qualquer “santinho” de época de eleição. No entanto, entender a verdadeira capacidade das relações políticas não é para nenhum “grão-mestre”. A comunicação é o principal elemento da política e um dos pré-requisitos quando o papo cai na democracia. Quer mais capacidade de expressão que a cultura pode fomentar, afirmar e demandar?

A gente fica assim, com medo de ser “pidão” e com receio dos que pedem demais. Aí engolimos qualquer coisa, desde a hipótese de passarmos as noites vigiando a vida dos outros pela TV até o fato de comprarmos aquele Best-seller que o amigo do trabalho recomendou. Olha lá que recomendação pode ser também política, tanto boa quanto má...

Por isso, trocando em miúdos, como mudar a percepção de milhares em relação ao fato de que Política é muito mais que P(SIGLAS)? Como reconhecer a cultura em meio disso se muitos deles desconhecem (por diversos motivos) a própria cidadania?

“Mas, chora não. Se o problema é cultural, tem-se aqui um remedinho que para um começo e para melhores resultados, deve ser tomado homeopaticamente, no entanto maneira constante.”

- E não é que essa moléstia cultural a gente se trata com cultura?

(...)

- Luizinho! Traz a colher que já tá na hora da dose!


P.S: A inspiração vem de onde?
http://www.culturaemercado.com.br/ideias/r-22-bilhoes-para-a-cultura/

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