quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nada de Ana Maria Braga. Aqui só é uma dica...




Questionar a Cultura e a sobrevivência artística sempre irá fazer parte do miolo do Tamboril. Isso é fato.

Deveríamos encarar como fato igualmente, que sim, cultura hoje não é autônoma e no Brasil, nunca foi (a não ser nos tempos dos banquetes Tupinambás). Tratar com menoridade as questões que afetam diretamente à expressão cultural de um país ou de uma identidade em específico, significa, portanto, desconsiderar todo o histórico de afirmação que milhares de agentes culturais, conhecidos ou não, têm se empenhado em conquistar. Aqui já fica fácil perceber que infelizmente, debater cultura, assim como qualquer outro tipo de instituição voltada para o bem público nos dias de hoje, nos requer sim um exercício de reflexão sobre o contexto e instâncias em que vivemos. Portanto é prático: o contexto é democrático e as instâncias (olha eles aí “traveiz”) não são outras senão Estado e Mercado.


Alguém poderia falar aqui:

- Vago, muito vago. Cadê a Educação nessa parada?

Sinto muito, mas essa aí também quase nunca se viu desatrelada desse par romântico e catastrófico. Educação proveniente do Estado, de duas uma: ou seria realmente motor da cidadania, entendedor e estimulador da compreensão as diferenças (dando suporte a elas), ou então caberia em qualquer ditadura chinfrim. Já educação voltada para o mercado todo mundo sabe como é. Mecanização do homem tem ultimamente passado do clichê sociológico para o clichê das mesas de bar. (Será?)

Entendemos isso aqui como uma rodinha. Um círculo de amor-interessado e ódio. Cultura, Estado e Mercado. Para não estender muito, já taco de cara a afirmação: no atual momento, todos se dependem mutuamente. Pensando tanto em relação de infra ou superestrutura, cada um tem sua participação efetiva nesse debate e, manco fica nosso entendimento de mundo quando queremos desvencilhar de tais questões.

Queremos o que da cultura e com a cultura?

Podemos dizer aqui que quem quer da cultura é o artista e quem quer com a cultura é o cidadão demagogo. É isso que não importa. Basta saber querer, pois querendo já vamos bem. Lembrando que há pouco tempo nem querer sabíamos.

O que não podemos é engolir seco, colocar tudo em um mesmo balaio, chacoalhar, chacoalhar, chacoalhar e tirar feito passe de mágica, aleatoriamente, aquilo com o que iremos nos preocupar prioritariamente. Fechar os olhos para as coisas miúdas é quase como manter-se de olhos abertos em meio à tempestade de areia.

Mas mais uma vez, isso depende da resposta dada a pergunta acima...

Os artistas estão presentes (experimentando e agindo) em todos os lugares e disso nunca deveríamos ter dúvida. No Estado (?), no Mercado (!) e até no banheiro (quantos não são os talentos revelados debaixo do chuveiro [?!]). Essa, definitivamente, não é a questão.

Pensamos que, nos dias em que vivemos, considerar a acessibilidade é fundamental e até Mazzaropi no túmulo sabe disso. E ele não ia “de circo” de lá à cá?

A questão é: nesse papo de Cultura, Estado, Mercado (e pra não deixar de fora) e Educação, diminuir distâncias, impreterivelmente acarreta em aumento de intelecto? “Rogamos” aqui para que a Era Ctrl+C / Ctrl+V não se instaure e limite-se apenas à culinária. Caso contrário, o que degenera é o entendimento em frente à leitura e mais uma vez, caímos naquela rodinha.

Entre outras inspirações, vale a pena ler: http://rodopianosertoes.blogspot.com/ . Aplausos!


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