terça-feira, 13 de julho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Breves observações sobre a virtualidade (...)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Mais alguns comparsas para nossa Arte
Do centro de Belém para o Nosso centro, o pessoal do Floresta Sonora vai embora de Minas com muito mais do que um queijo.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Já não é preciso ir até o Pará para curtir a boa música...
Sexta feira, 30/04, será um bom dia para aqueles que desejam um boa noite de reggae.
Chegam a Uberlândia alguns dos integrantes do já citado Projeto Floresta, a banda Juca Culatra e o Power Trio estará no GOMA para mais uma edição do GOMA ROOTS. Os ingressos estão a R$5, desde que os nomes dos interessados sejam enviados para a listagoma@gmail.com
JUCA CULATRA E O POWER TRIO (Belém/PA)
Juca Culatra e Power Trio, banda que nasceu no dia 26 de abril de 2008, justamente no dia do aniversario de Juca Culatra, produtor cultural de Belém que já atuava dando apoio e realizando eventos no cenário cultural local. Juca decidiu montar a banda para tocar musicas autorais de reggae roots, mas chamou músicos com influencias musicais variadas, resultando em uma musicalidade com elementos que vão do reggae a música erudita, rock e ritmos negros brasileiros.
A mensagem da música é permeada pela luta do homem contra ele mesmo, a degradação do meio ambiente, as mazelas de nossa sociedade, e muitas outras coisas são cantadas de maneiras irônicas e muito engraçadas.
Por Laís Castro
terça-feira, 20 de abril de 2010
Floresta, Cultura, Casa, Casarão.
Foi um tempo sem escrever, mas também foi um tempo andando. Nesse balançar a gente lê e também escreve muita coisa. Só de estar já mostra pra gente o quão conectado nos encontramos com aquilo que escolhemos para termos como ambiente ao redor, seja ele onde for.
A arte é essa água que dá liga em tudo. E como foi bom sair pra beber por aí.
Para estar em Belém do Pará tive que parar tudo. Dez dias em meio o que há de mais efervescente em relação a música do Brasil. Longe de discurso ufanista ou coisa que o valha, a música feita por lá é nítido retrato sonoro do nosso país. Longe do regionalismo, é mistura. É discurso do “sustentar-se” sem ser nada piegas. Tem pegada, sentimento, desaforo, cadência de povo da aqui. É o concreto com a floresta. E tudo isso molhado, com aquela água que falamos aí em cima. É gente que sua e soa arte. Simples assim.
E é gente. Os dias no Casarão Cultural me proporcionaram experiências e encontros e me fizeram perceber o quanto passamos realmente pelo momento do acontecer, gravar, registrar, escrever, contar, cantar, produzir, escoar. Deixar escorrer.
Música escorre por lá. Metaleiras da Amazônia , Jungle Band , Juca Culatra , Floresta Sonora foram as bandas que acompanhei durante esses dias. Todos na preparação e pegando estrada. Circuito Floresta pra mostrar o que o Pará tem através do projeto do Conexão VIVO, Música na Estrada. Mais do que o Pará ter, nós temos. Esse combo fodasso, demonstra o que tem sido produzido por lá e ao mesmo tempo descentraliza totalmente nossa idéia de arte e poros. Mestres: Pipira, Manézinho e Pantoja. Tanta gente que não cabe nem falar. O que vale é captar e espalhar no nosso solo toda essa impressão. A gente corre por isso. Até onde for pra ver e gritar. Os ouvidos, sim, eles escutam. Com o tempo, vamos entendendo.
"Mais do que perceber que estava em um lugar onde a arte acontece pelo seu próprio prazer e ponto, afasta-se dessa perspectiva o que o mercado impõe" - Lembranças colhidas em depoimentos de Juca Culatra e de tantos outros culatras por lá.
O que se coloca aqui é legítimo. Fruto de real inspiração que nunca deveria ser colocada de lado. Salve igualmente para as manifestações que se atentam para isso e que a isso dão concretude.
O andar dos olhos nos mostra a dialética do mundo. As imagens podem subir, os valores descerem. Mas isso é jogo de vice-versa.
Pra qual caminho irmos não importa. O importante é que haja cada vez mais caminhos, cada vez mais perna sadias.
(...)
A música é o mecanismo mais fácil e usado para se garantir aproximação, a primeira mudança de uma consciência, ou até mesmo, a primeira consciência. Seja de onde vier.
Abram os ouvidos e para (des)centralizar: Circuito Floresta Sonora.
Em breve, 30/04 no GOMA: Juca Culatra e Power Trio aqui em Uberlândia!
Contaremos mais, em imagens, logo.
Breilla Zanon
quarta-feira, 24 de março de 2010
Festival Universitário da Canção - UFU
Cooooooorre!
Sexta-feira, dia 26, as 10h, vai acontecer um coffee-break com as bandas interessadas em se inscrever no evento lá no espaço cenográfico da TV/Rádio Universitária.
Compareçam todos para tirarem suas dúvidas quanto ao edital e o que mais for preciso.
O Festival Universitário da Canção é um evento que acontecerá durante os dias 22 a 29 de maio, no campus Santa Mônica.
As inscrições podem ser feitas até dia 15 de abril.
O Festival será realizado pela Dicult-PROEX/UFU, contanto com o apoio dos parceiros insitucionais DIRCO, DIRES e Rádio e TV Universitária, além do Grupo Tamboril de Arte Independente, Valvulado ((Cultura Amplificada)) e SESC-MG.
Vamos contando mais detalhes...
Por hora, quer mais informações? Cola lá no site do FestUFU !
quinta-feira, 18 de março de 2010
TTT acionando no Festival Cidade Encanto
Se há algo que com o tempo vem sendo esquecido gradativamente é que cultura não se relaciona com encher a cara. Esta perspectiva parece ter sido esquecida durante algum tempo principalmente nos famosos shows de Rock, onde a personagem Rebordosa de Angeli parece personificar bem a figura do vazio inconseqüente das noitadas.
Mas Uberlândia teve na tarde do dia 14 de Março no Acrópole uma mostra de que a formação cultural é possível, e o que é mais impressionante, tudo isto num Festival de música: O Festival Cidade Encanto. Com uma interessante idéia de dar espaço a novas bandas de Rock / Pop, o festival surge na agenda uberlandense como espaço de interação de um público adolescente que parece dominar bem o que o nosso amigo Sartre havia chamado de responsabilidade.
Tudo bem que a banda principal da noite (presa no elevador) Detonautas não seja uma unanimidade entre todos, tudo bem que as músicas consagradas a entradas e saídas de episódios de Malhação estejam diretamente voltadas para um padrão de comportamento dominado pela superficialidade e pelo consumo, mas definitivamente o que marcou a diversão do público presente no primeiro dia do evento não foi apenas as baladas das estrelas do espetáculo, A Trupe Tamboril de Teatro esteve presente no evento levando definitivamente uma poesia aos olhos e aos ouvidos dos presentes.
Com intervenções simples voltadas para as diferentes formas de manifestação da poesia, a trupe conseguiu literalmente dar vida a um marionete tocador de sanfona, dar um movimento suave embalado por poesias declamadas pelo público a duas estátuas, mostrando que seguir a multidão , que ir por aí sem ter noção da surrealidade que a arte pode despertar no homem É A MAIOR CARETICE. O trabalho bem executado trouxe a todos uma visão sobre como a arte pode abrir novas possibilidades as nossas vidas, atestando e comprovando que o que nos embriaga não é o álcool, mas a arte!!!
Ainda tem mais Tamboril no Festival Cidade Encanto , Dia 28 de Março , 04 de Abril e grande fechamento com a Trupe Tamboril no dia 11 de Abril, sempre as 16:00 hs no Acrópole .
Visite o site do Festival e confira a programação!
Que palhaçada é essa?
Acho que devemos por esse assunto em voga aqui no blog. Coisa que já tinha passado por nós, mas que retorna a pauta nesses dias: a proibição da venda de bebidas nas festas da Universidade Federal de Uberlândia.
Como disse, esse assunto já tinha causado alguns burburinhos no início desse ano. Fato que levou alguns estudantes da UFU a se manifestarem logo de início no dia da votação de tal “lei” em frente a reitoria. Os dias passaram, mas a ideia da proibição não.
O Tamboril, como agente interessado na fruição de cultura dentro do campus da UFU tem algumas ressalvas a respeito de todo esse processo proibição-manifestação. Depois de uma semana, pensando sobre o que escrever, como escrever e também esperando o feedback da última manifestação que aconteceu na sexta-feira passada, acho que chegou da hora de nos expressarmos e dar a nossa opinião quanto grupo em relação a todos esses acontecimentos.
Falar que a proibição de bebida no campus priva a capacidade de sociabilização dos alunos e a “felicidade” de confraternizar em grupo é um fato tão mixuruca e raso que ganha votação só em salão de festa. Com quem estamos falando? Com a tia no parquinho que não quer mais nos dar o prazer de nos embriagarmos com os amiguinhos no pátio?
A conversa, meus caros, é com gente grande e por isso a altivez e propriedade dos argumentos tem que ultrapassar a simples insatisfação quase que egoísta de não podermos mais nos sentirmos torpes entre amigos. Isso é esfera privada. Tem gente que quer, tem gente que não. O que você se põe pra dentro é uma questão particular. O privatismo é o primeiro passo para que sanções sejam estabelecidas. Seu direito termina onde começa o do próximo. Isso é máxima do tempo da carochinha e tá aí, firme e forte.
Desde já, antevendo as críticas, queremos que todos saibam que sim, compreendemos essa necessidade de confraternizar que faz parte não só da juventude universitária, mas de todo ser humano minimamente saudável. Mas pieguices a parte, deixamos que esse viés seja enaltecido nas mesas de bares, em abraços calorosos depois de duas ou três garrafas de cerveja.
Quando se trata da restrição de um direito e de uma conversa com uma instância superior institucionalizada o papo e o vocabulário é outro. Não precisa ser mestre para compreender isso. O que não podemos é sermos anacrônicos, ficarmos na sensação eminente que tudo se resolve aos gritos que em outros tempo reverberavam com eficiência. Era bonito de ver! Maio de 68 deu certo sim e todos nós hoje agradecemos a fúria e a capacidade de enfrentamento de nossos “antepassados”. Maio de 68... não esperamos hoje, 42 anos mais tarde, que os meios terão a mesma eficácia. Antigamente se gritava, se destruía e conseguia-se algo porque o direito de se manifestar a flor da pele era novo, era arrebatador e devia ser usado. As regras de constituição de todo o mundo foram se modificando e se modelando a partir de então, para o nosso sucesso como sociedade civil. E ainda bem! Pois haja goela para ficarmos nesse grito infindo.
Acreditamos que hoje as discussões e os instrumentos democráticos são outros. Acreditamos não, é fato. É fato também que a nossa vida em sociedade democrática é recentíssima e por isso muitos desses instrumentos são desconhecidos pela maioria da população. Rapaziada treme em frente a burocracia e acaba que no temor ela vira o bicho mesmo. Sentir o medo e a desconfiança nos olhos do “rival” não é só pra animal não.
O que queremos salientar depois de todo esse episódio é que fica perceptível o quanto a juventude de hoje ainda reproduz aquilo de outrora. Culpa da modernidade. Ficamos carente de personalidade própria em meio a um turbilhão de informações e documentações. O grito que outrora deu certo, hoje, meus amigos, infelizmente, é visto como baderna. E é repercutido como tal. Gritar, gritar, gritar é fácil. Nariz de palhaço é R$ 0,20 no centro. Agora, quem se propõem em gastar energias em um debate novo, onde o instrumento principal é a Constituição, os argumentos têm outro tipo de carga (não a privada e sim a pública) e o palco é aquele um, conhecido como casa da justiça? Gastar energia por gastar, que ela seja legitimamente reconhecida. Muitos podem estar incrédulos com tal argumento aqui exposto. E devem estar mesmo. A sociedade brasileira (inclusive os jovens dinâmicos) tem medo da mudança. E isso não é a gente que diz. É particularidade do processo histórico e de democratização do país, revisado por várias vertentes sociológicas, antropológicas e políticas. Não é culpa nossa, não é culpa da “juventude baderneira”. É fato. Por isso então viveremos do lamento? Viveremos na imitação de outras gerações de outros contextos? Temos mesmo uma cara própria?
O direito a cultura é publico. É agente emancipador, intrínseco da capacidade do desenvolvimento humano. Consta na constituição e isso ninguém tasca. Vivemos em um período onde a revolução cultural se faz sentir. A diversidade das diferenças estão aí e mais do que nunca é colocada em pauta o apelo para que elas sejam respeitadas e para que esse sentimento seja compartilhado. Mais que isso, multiplicado. Falta a nós ter o tato e mostrar às autoridades que tudo isso já esta posto, debatido e acordado. Agora é a vez da mudança de consciência. E a cultura é sim um instrumento eficaz (longe de mim estabelecer seus bens como mero utilitarismo) para a mudança de toda uma sociedade. Mas antes disso, é preciso mostrar o que é isso para a população, seja ela no campus, na cidade, no país ou no mundo.
A questão, meus caros, não é a cerveja. Pelo menos não para o Tamboril. Trata-se aqui de um debate mais denso e tenso. Tirar a cerveja do campus é tirar o “público indisciplinado culturalmente”. É não permitir que esse, ainda desacostumado em apreciar ações artísticas, tenha o estímulo mínimo para esse primeiro passo. Sim, assim como tantos outros problemas sociais no Brasil, o problema da Cultura é cultural. Faz parte da consciência coletiva da nossa sociedade. É triste sim depender do entorpecimento para que a fruição da produção artística dentro do campus aconteça. Isso nos revela o quanto o debate do público em nossa sociedade não passa de mero constrangimento do privado. Mas isso é outro estágio. Futuro próximo ou longínquo, ainda sim é futuro. O que torna-se presente e importante é a capacidade de fruição cultural. Essa capacidade não se dará apenas com o incentivo a produtividade, mas também com a sensibilidade social. E essa sensibilidade só acontece se conseguirmos atingir as pessoas, o público.
Por hora, amigos, é isso que nos afeta: a incompreensão lúcida dos que comandam (pois sim, eles é que estão no papel de espertos) aliada a incompreensão torpe dos que reivindicam. Até quando vamos vestir e aceitar o papel de palhaços?
Não estaria na hora de ampliarmos o debate e as mentes e antes de agirmos como estudantes universitários carente de festinhas, começarmos a agir como gente grande que comeu lanchinho no recreio e cresceu.
Que entre agora outra etapa. E se o pau for formal, que ele venha, pois não vemos a hora!
quarta-feira, 10 de março de 2010
A Arte... aquela uma, lembra?
Insisto em nos inspirar nas artes para criar a nossa metodologia de luta. A respiração é uma das Mestras, a cada inalação segue uma exalação, da mesma forma a cada reivindicação deve seguir uma proposição, a cada cobrança uma auto crítica, a cada encruzilhada uma alternativa.
Somos artistas, não somos meros prestadores de serviço, somos criadores de universos, demiurgos. As vezes quando falamos de gestão administrativa, de fontes de recursos, de incentivos fiscais, de geração de empregos deixamos de lado a criatividade e achamos que a filosofia é falação, e a arte uma mera ferramenta. Nossa forma de ver o mundo e nossa vocação não tem lugar quando discutimos assuntos de produção, assessoria, marketing, quando fazemos clipping ou enviamos mailings, quando utilizamos essa terminologia imprópria tentando maquiar nosso desespero metafísico, nosso todo o nada com a sorte. Devemos negar nosso motor principal, nosso totem-poder, a única coisa que realmente nos pertence e que podemos possuir: nosso amor pelo que fazemos.
Isso é pessoal. Pronto acabou.
Herdamos uma doutrina baseada em resultados quantificáveis da gestão de algo imensurável como a Cultura, onde uma das principais premissas é que devemos separar o profissional do pessoal. Impessoalizar a profissão. Só isso. Assim de simples. Da até pena ver um conceito tão fraco, todo raquítico dominar o meio através de sua vigência. Um modelo em que temos um momento para sermos artistas e outro para sermos gestores, - porque uma coisa é uma coisa e outra ciosa é outra coisa, todo tem um limite!
Se algo pode nos salvar dessa burocratização afetiva é destruir criativamente esse modelo e colocar a arte na coordenação e a filosofia no planejamento. Não é uma questão meramente poética é uma questão estratégica, devemos elevar nosso discurso teórico a filosofia e nossa prática de gestão a arte. Fazemos arte porque é inevitável para nós.
Proposta: sair do conceito de "mercado cultural" e entrar num conceito mais amplo de "economia cultural" baseado na inserção aos médios de produção artístico-culturais. Economia é o nome dos emaranhados caminhos que o homem tece na procura de satisfazer suas necessidades essenciais. Economia é a procura do alimento. Segundo Adam Smith, é o gerenciamento da escassez. A Cultura é filha da economia, nasce na forma de ferramentas e celebrações para conseguir o alimento e perpetuar a espécie. Sem inserção econômica (isto não envolve só dinheiro) não será possível inserção cultural.
Texto extraído da rede de Teatro de Rua
terça-feira, 9 de março de 2010
SAPUCAIA 12 / 03
organizada e realizada na Universidade Federal de Uberlândia
pelo grupo SAPUCAIA em parceria com o TamboriL
A SAPUCAIA possui simples objetivo de promover a integração das várias artes produzidas no interior da vida acadêmica. A Universidade, todos nós sabemos que é LOCUS do conhecimento diverso e conseqüentemente lugar de Política e Arte – escolhemos trabalhar a exaltação da Cultura por meio da arte e da compressão política de mundo circundante, onde, por meio da ação, tornarmos sujeitos transformadores do meio em que vivemos, sempre buscando a superação que atualiza a Arte produzida, proporcionando para o público um grande e sincero espetáculo, onde, o artista é também parte do público e o público um artista dentro da realização do espetáculo – com isso queremos dizer que prezamos pela interação em que todos (público e artista), se unifiquem para exaltar a natureza da Arte.
A primeira SAPUCAIA - promove a Arte por entender a Arte como uma dádiva que a humanidade recebe... A Arte em primeiro lugar, mas de mãos dadas com a Política.
Os organizadores e realizadores visam a experiência que deriva da organização desse tipo de evento, onde tem a possibilidade evidente de operacionalizar as práticas que mantém viva a cultura da Arte, trazendo tanto para o público como para os artistas e organizadores, a satisfação de participarem da transformação que a força da Arte pode modelar, ao nosso ver; papel fundamental na emancipação do gênero humano." _por: grupo sapucaia
O TamboriL acompanhou a primeira sapucaia realizada na última sexta, dia 5, no centro de convivências do campus santa mônica:
quinta-feira, 4 de março de 2010
(Diz)Torcida
Despejando pensamentos a respeito das reformas que darão cara à Nova Lei Rouanet (título em palavras do Estado) e observando as críticas, os prós e contras propostos por diversas diversas vertentes dentro da cultura – produtores, gestores, artistas de cá e de lá, podemos notar o quanto essa questão da mudança afeta a fé dos cidadão diretamente relacionados aos seus benefícios ou males.
O projeto indo para o Congresso seria como se fossemos para o brejo?
A concentração de recursos para a cultura, na forma em que se encontra instituída a Lei nos dias de hoje, é clara, porém não é resultado ou consequencia da mesma. Isso devemos ter em mente antes de nos pendermos em lágrimas em consideração às regiões menos privilegiadas dentro dessa parcela orçamentária. Não que não devemos ter esse tipo de solidariedade, pelo contrário. A solidariedade deveria ser prévia ao campeonato cultural pelas verbas.
No entanto, colocar na mesa um prato de comida e um livro, pedindo em seguida para que seja feita uma escolha, não é a melhor opção para garantirmos uma compreensão sobre nossas verdadeiras necessidades como um país que vive essa abstração chamada democracia. Pensamentos de teóricos políticos nos mostram como essa ultima não passa de uma ilusão etérea na qual vivemos burocraticamente tentando concretizá-la.
Para os frutos, nada mais óbvio:
1º) Preparar a terra.
(...)Sair distribuindo sementes pode ser um trabalho de honra - dada algumas situações; porém ineficiente se o solo ainda não tem como germinar. E isso não por causa de sua natureza, seu substrato, essência e nutriente. Mas sim pelo trato que lhe seria necessário. Os jardineiros podem ser o grande trunfo da questão. Os consumidores? Esses reverberizam.
A diferença geopolítica influencia em tudo, mas não deveria influenciar na distribuição de oportunidades para a concretização das ações. Pensar na capacitação dos agentes culturais ao invés da mera verba seria prioridade nesse caso?
Reformando a Lei ou não, passa diante de nós alguns questionamentos que creio eu, por hora não terão respostas. Em um deles cabe fazermos as devidas considerações a respeito da solidez das instituições de maneira geral em nosso país. Se formos medir a democracia na qual vivemos pela maior ou menor estabilidade do lençol institucional, sem dúvida observaríamos o quão frágil essas mudanças nos fazem sentir como sistema político. Com ou sem razão, o temor pelas alternâncias e desacordos já podem partir daí. O ponto é que mudanças dentro de uma instituição e de seus mecanismos tem sua eficiência concentrada dentro dos limites em que são operadas.
A Lei Rouanet é recente. O próprio MinC como conhecemos hoje, é recente. O medo do novo, esse é antigo: quase como uma máxima chula, que deve ser respeitada ou pelo menos levada em consideração quando nos deparamos sobre questões a respeito da conservação ou desenvolvimento. Tomemos nota também o fato de que o medo do novo é antigo porque o país nunca foi mestre em respeitar as heterogeneidades que desenrolariam confianças nas ações governamentais.
Agora, a última pergunta que fica aqui sem resposta por hora (ou vida):
Qual a hora certa de confiar?